segunda-feira, 20 de junho de 2011

Formação Coordenadores

Formação Coordenadores


A equipe de formação do NTM juntamente com a Coordenação pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Terra Nova do Norte no dia 01 de junho de 2011 reuniu-se com os coordenadores pedagógicos das escolas municipais para apresentar a proposta da Formação Continuada para os mesmo. Sabemos que em alguns lugares existe uma cultura escolar em que o coordenador assume muitas atribuições administrativas e não sobra tempo para se dedicar ao trabalho pedagógico junto a professores e educandos, esse profissional muitas vezes não é visto como coordenador pedagógico, mas, como um funcionário que está ali para desempenhar várias atividades menos o pedagógico que exige a sua função. A presente proposta tem como objetivo fortalecer o coordenador na escola que atua amenizando alguns dos problemas enfrentados por eles.



 






ESTADO DE MATO GROSSO

PREFEITURA MUNICIPAL TERRA NOVA DO NORTE - MT

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO











Projeto de Formação para Coordenadores Pedagógicos



Projeto elaborado pela Secretaria Municipal de Educação para a Formação dos coordenadores pedagógicos das Escolas municipais de Terra Nova do Norte em 2011.









Terra Nova do Norte – MT

Maio de 2011



Introdução

O desenvolvimento da formação continuada para coordenadores pedagógicos traduz a atual política da Secretaria de Municipal de Educação de Terra Nova do Norte de dotar as unidades escolares da rede pública municipal de coordenadores pedagógicos que, no desenvolvimento de suas atribuições profissionais, promovam ações que contemplem o espaço da escola como campo de atuação em prol da melhoria da qualidade do ensino e para afirmação da formação de uma cidadania efetivamente democrática.

Nesse sentido, apresenta-se a proposta da Formação Continuada para Coordenadores Pedagógicos, a ser desenvolvido pelos coordenadores pedagógicos da Secretaria Municipal de Educação e a Equipe de Formação do NTM durante o ano de 2011

A análise contextual e crítica das necessidades sentidas pelos coordenadores indicaram, entre outros aspectos, a necessária compreensão do papel profissional desses educadores, que, premidos pelas urgências da prática e oprimidos pelas carências de sua formação inicial, encontram-se dilacerados frente aos imediatos afazeres de uma escola que, na maioria das vezes, caminha sem projetos, sem estrutura, apenas improvisando soluções em curto prazo, de forma a sobreviver diante das demandas burocráticas.

Esse quadro de perplexidade e angústia sinaliza para a necessária ressignificação e reconstrução do papel identitário desses profissionais, na perspectiva de que o desenvolvimento profissional deveria emergir de processos de reflexão crítica dos sujeitos como pessoas historicamente inseridas num contexto político-institucional próprio. Comecei a focar os sentidos desse trabalho no cotidiano e, a seguir, foi inevitável adentrar nos não-sentidos desse cotidiano.





Justificativa

Dentro das inúmeras mudanças que ocorrem na sociedade atual, de ordem econômica, política,social, ideológica, a escola, como instituição de ensino e de práticas pedagógicas, enfrenta muitos desafios que comprometem a sua ação frente às exigências que surgem. Assim, os profissionais, que nela trabalham, precisam estar conscientes que devem ter uma formação cada vez mais ampla, promovendo o desenvolvimento das capacidades desses sujeitos.

Para tanto, torna-se necessária a presença de um coordenador pedagógico consciente de seu papel, e de sua importância diante da formação continuada e da equipe docente, além de manter a parceria entre pais, alunos, professores e direção.

Segundo Clementi (apud Almeida), cabe ao coordenador "acompanhar o projeto pedagógico, formar professores, partilhar suas ações, também é importante que compreenda as reais relações dessa posição."

Partindo desse pressuposto, podem-se identificar as funções formadora, articuladora e transformadora do papel desse profissional no ambiente escolar.

Considerando a função formadora, o coordenador precisa programar as ações que viabilizem a formação do grupo para qualificação continuada desses sujeitos. Consequentemente, conduzindo mudanças dentro da sala de aula e na dinâmica da escola, produzindo impacto bastante produtivo e atingindo as necessidades presentes.

Apesar das inúmeras responsabilidades desse profissional, o coordenador pedagógico enfrenta outros conflitos no espaço escolar, tais como tarefas de ordem burocrática, disciplinar, organizacional. Sabemos que em alguns lugares existe uma cultura escolar em que o coordenador assume muitas dessas atribuições administrativas e não sobra tempo para se dedicar ao trabalho pedagógico junto a professores e educandos, esse profissional não é visto como coordenador pedagógico, mas, como um funcionário que está ali para desempenhar várias atividades menos o pedagógico que exige a sua função.

Por este e por outros motivos, há muitas situações em que, para cumprir minimamente sua responsabilidade junto aos professores, os coordenadores adotam uma linha mais prescritiva, dizendo aos professores o que eles precisam fazer, entregando o planejamento pronto, explicando demandas, mas sem incorporar na sua ação os saberes dos professores. Sem dúvida, esta situação torna o professor muito dependente, sem autoria. Isto evidentemente não o ajuda a se tornar um profissional pesquisador, reflexivo e autônomo, qualidades exigidas de um educador contemporâneo.

São muitas as transformações no interior do sistema de ensino e no meio social, além dos crescentes avanços tecnológicos. Tudo isso provoca mudanças na concepção da educação. Cada vez mais se ouve falar de gestão democrática e da participação das famílias e da sociedade no processo de tomada de decisão no ambiente escolar. Para tanto, é essencial o papel do coordenador que deve ser: mediador, incentivador e orientador. A Coordenação Pedagógica possui funções múltiplas e significativas que se desenvolvem de maneira preventiva e construtiva. Mas como exercer a função nas esferas social, cultural e comunitária, de forma que a instrução escolar apareça diretamente associada à formação da cidadania, à expansão do convívio social, aos esportes, às artes, ao lazer e à saúde?

Como motivar os professores no exercício pleno de sua função?

A escola que antes se limitava a refletir/discutir temas estritamente ligados às disciplinas curriculares vê-se agora obrigada a abrir as portas para temas cada vez mais ligados aos interesses da comunidade, refletindo os anseios da população.

Como ressalta Alves(apud Reis,2008) "homens que através de sua ação transformadora se transformam. É neste processo que os homens produzem conhecimentos, sejam os mais singelos, sejam os mais sofisticados, sejam aqueles que resolvem um problema cotidiano, sejam os que criam teorias explicativas."

É importante que o coordenador possa desempenhar o seu papel articulatório propondo estudos e refletindo sobre as possíveis e necessárias mudanças na atuação dos professores que os aproximem cada vez mais para favorecer a construção de um ambiente democrático e participativo, onde se incentive a produção do conhecimento por parte da comunidade escolar, promovendo mudanças atitudinais, procedimentais e conceituais nos indivíduos.

O coordenador pedagógico é peça fundamental no espaço escolar, pois busca integrar os envolvidos no processo ensino-aprendizagem mantendo as relações interpessoais de maneira saudável, valorizando a formação do professor e a sua, desenvolvendo habilidades para lidar com as diferenças com o objetivo de ajudar efetivamente na construção de uma educação de qualidade.

O anseio por práticas diferenciadas e metodologias que acompanhem as tendências na educação é comum nos dias atuais. Os índices levantados em nosso município nos fazem refletir sobre práticas e nos permite a busca por melhorias.

Pensando desta forma foi que a secretaria de educação buscou elaborar encontros de formação continuada que viesse amenizar alguns dos problemas enfrentados por coordenadores pedagógicos nas escolas, lembrando que toda essa busca faz parte de uma caminhada maior e que depende muito de pessoa a pessoa.



Objetivo Geral

Desenvolver encontros de Formação Continuada e analisar, em diálogo com os pares, situações concretas do cotidiano escolar, aspectos legais da função do coordenador pedagógico potenciais e desafios na concretização de sua função fortalecendo a prática do Coordenador Pedagógico na unidade escolar.

Objetivos específicos

- Refletir sobre o papel e as funções dos coordenadores pedagógicos no processo educativo

- Levar os coordenadores pedagógicos a delinear um plano de trabalho voltado para suas respectivas instituições de ensino;

- Analisar, em diálogo com os pares, situações concretas do cotidiano escolar, aspectos legais da função do coordenador pedagógico e potenciais e desafios na concretização de suas funções;

-Possibilitar a intervenção do coordenador pedagógico no planejamento pedagógico, tendo em vista os diagnósticos feito em cada turma da escola da qual atuam;

- Compreender e interpretar a realidade da escola e identificar os limites de possibilidades de atuação do coordenador pedagógico em face das condições reais da instituição;

- Proporcionar aos coordenadores pedagógicos da rede municipal subsídios teóricos e práticos que propiciem a reflexão sobre sua ação, possibilitando tanto a elaboração como o redirecionamento dos projetos educacionais;

- Proporcionar o estudo teórico de tendências e assimilá-la a prática;

- Orientar nos encontros a troca e a discussão destas práticas;

- Avaliar as práticas e suas possíveis intervenções;

- Desenvolver teorias e práticas relacionadas ao método de ensino;

- Fortalecer o papel do coordenador pedagógico nas unidades escolares;





Metodologia

O trabalho será desenvolvido com coordenadores pedagógicos, através de encontros mensais de acordo com cronograma feito juntamente com os coordenadores.

Nos encontros serão distribuídos as teorias e encaminhamentos para o desenvolvimento da prática, bem como atividades em sala de aula com amostra de resultados, discussão, intervenção e avaliação.

As atividades realizadas pelos professores, se os mesmos concordarem será socializado com professores de outras escolas, através dos encontros com os coordenadores, evidenciando a troca de experiências.



Cronograma

Todos os meses será realizado um encontro ou conforme necessidade dos coordenadores.

Considerações Finais

A prática pedagógica requer que se pense de forma dialética e que se faça educação para toda a sociedade, ainda que, através de diferentes meios e em diferentes espaços sociais. À medida que esta sociedade se torna tão complexa, há que se expandir a intencionalidade educativa para diversos outros contextos, abrangendo diferentes tipos de formação necessária ao exercício pleno da cidadania.

Espera-se, pois, que o Coordenador Pedagógico conheça plenamente o seu espaço de trabalho, compartilhe idéias e conhecimentos, construa o seu papel na escola, tornando-se assim, a ligação fundamental, traçando o seu caminho transformador, formador e articulador.

Certamente que a inexistência de respostas prontas, acabadas e definitivas fazem com que o trabalho pedagógico do coordenador seja uma reelaboração do caminho e a apresentação de algumas das pistas possíveis para a continuação desse “caminhar”.

Esse documento abre discussões sobre o fazer pedagógico do Coordenador Pedagógico do Sistema Municipal de Educação de Terra Nova do Norte, não tendo, pois, um papel normativo. Após discussões em momentos de formação, novas contribuições serão agregadas e referendadas nessa proposta, a partir da prática educativa.



Referências Bibliograficas

ABREU,Luci C. de, BRUNO,Eliane B.G.O coordenador pedagógico e a questão do fracasso escolar.In.: ALMEIDA,Laurinda R.,PLACCO,Vera Mª N. de S.OCoordenador Pedagógico e questões da contemporaneidade.São Paulo:Edições Loyola,2006.

ALMEIDA,Laurinda R.O relacionamento interpessoal na coordenação pedagógica.In.:ALMEIDA,Laurinda R.,PLACCO,Vera Mª N. de S.O coordenador pedagógico e o espaço

SCHÖN, Donald. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

VASCONCELLOS, Celso S. Planejamento : Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico.São Paulo:Libertad,2000.

PIMENTA, Selma G.; GHEDIN, Evandro (orgs.). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2002.

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