Proposta Pedagogica Escolas do Campo.
A Secretaria Municipal de Educação de Terra Nova do Norte construiu a partir de reuniões com as comunidades escolares das escolas do campo um documento que tem como objetivo apresentar uma proposta que norteie a educação do campo no município. Esta proposta que esta sendo desenvolvida pelas escolas do campo tem a parceria da Prefeitura Municipal através da Secretaria de Educação com a Secretaria de Estado da Educação de Mato Grosso.
A proposta ora apresentada tem como objetivo dar continuidade à política de educação do campo para o campo, por considerar de fundamental importância a formação geral e formação para o trabalho, com foco na realidade do campo tendo sempre como práticas pedagógicas desenvolver e valorizar saberes buscados e gerados em diferentes fontes, de forma a articular conhecimentos já de seu domínio com outras formas de compreender gerar e desenvolver soluções, enfim, preparar-se para tomadas de decisões autônomas. Foi elaborada após muitas reflexões e, portanto, sugere manter a continuidade de um conjunto de experiências construídas por muitos debates, práticas e conflitos tão necessários para o fazer pedagógico das escolas.
ESTADO DE MATO GROSSO
PREFEITURA MUNICIPAL DE TERRA NOVA
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO
PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO
ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DE TERRA NOVA DO NORTE-MT
TERRA NOVA DO NORTE – MT
NOVEMBRO / 2010
ÍNDICE
IDENTIFICAÇÃO..................................................................................................................03
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................04
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................05
CAPÍTULO - I TERRA NOVA DO NORTE................................................................... 07
1.1 – Histórico de Terra Nova do Norte - MT...................................................................07
1.2 - O Contexto atual da Educação no Município...........................................................09
CAPITULO II – AS UNIDADE DE TEMPOS FORMATIVOS........................................11
2.1 – Pedagogia da Alternância....................................................................................11
2.2 – Pedagogia de Projetos............................................................................... .........13
2.3 – Princípios e Finalidades da estrutura para funcionamento do ensino.................16
2.4 - Principais concepções e objetivos gerais da proposta.........................................17
2.5 – Espaços e tempos de aprendizagem....................................................................18
CAPÍTULO III – ORGANIZAÇÃO CURRICULAR.........................................................22
3.1 – Educação Infantil ................................................................................................22
3.2 – Ensino Fundamental.............................................................................................23
3.3 – Ensino Médio.......................................................................................................26
CAPÍTULO IV - FORMAÇÃO DOCENTE EM TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO , COMUNICAÇÃO E AGROECOLOGIA...........................................................................29
4.1 – O Núcleo Tecnológico Municipal ........................................................................29
4.2 – Projeto PAIS – Produção Agroecológica, Integrada e Sustentável .....................31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................33
IDENTIFICAÇÃO
NOME: SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE TERRA NOVA DO NORTE-MT
ENDEREÇO: AVENIDA NORBERTO SCHWANTES,
CEP 78.505.000 TERRA NOVA DO NORTE – MATO GROSSO
PROPOSTA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA – DO CAMPO - TERRA NOVA DO NORTE-MT
ANO LETIVO: 2011
ESCOLA MUNICIPAL MINUANO
ESCOLA MUNICIPAL RIBEIRÃO BONITO
ESCOLA MUNICIPAL CHARRUA
ESCOLA MUNICIPAL XANXERÊ
ESCOLA MUNJICIPAL MIRAGUAÍ
ESCOLA MUNICIPAL SÃO SEBASTIÃO DO MORRO
ESCOLA MUNICIPAL NORBERTO SCHWANTS
APRESENTAÇÃO
O presente documento tem como objetivo apresentar uma proposta de Projeto Político Pedagógico para as escolas públicas do município de Terra Nova do Norte-MT, a ser desenvolvida pela a Secretaria Municipal de Educação – Prefeitura Municipal de Terra Nova do Norte - MT, na forma de Regime de Colaboração com Secretaria de Estado da Educação de Mato Grosso, em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacional e Estadual.
É importante destacar que a presente proposta representa a continuidade de uma história construída por muitas reflexões e, portanto, sugere manter a continuidade de um conjunto de experiências construídas por muitos debates, práticas, conflitos, tão necessários a consolidação de uma educação inclusiva e de qualidade.
Assim, os embasamentos teóricos, metodológicos e práticos bem como a opção por estratégias pedagógicas focadas na Educação do Campo, na Pedagogia de Projetos, tendo como referência os princípios da pesquisa-ação, são desafios que, uma vez vencidos, terão como resultado a melhoria da qualidade da educação e, consequentemente, da qualidade de vida do(a)s aluno(a)s e da comunidade escolar.
Durante o desenvolvimento da proposta apresentaremos as estratégias de formação continuada de docentes e técnicos das escolas, a participação das escolas e professores no Fórum Territorial de Educação do Campo, já criado e em processo de desenvolvimento nos município do Território Portal da Amazônia-MT, além de inclusão de parcerias com objetivo de conhecimento e práticas de desenvolvimento rural sustentável, através da FBB/Cooperagrepa/SME, com implantação dos Projetos PAIS – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável.
INTRODUÇÃO
Terra Nova do Norte é um município agrícola, composto por agrovilas e várias comunidades rurais, muitas localizadas em assentamentos da reforma agrária.
A predominância de pequenas propriedades de base familiar e o histórico bem sucedido de experiências de cooperativismo na agricultura familiar manteve milhares de famílias no campo e junto com elas a necessidade da oferta de educação básica de qualidade no/para o campo resultado de uma política educacional construída com estratégias democráticas, através de um processo de formação continua e eficiente, focada tanto na formação quanto na mobilização e animação dos povos do campo e da cidade.
Vale destacar que este projeto, embora encaminhado pela Secretaria Municipal de Educação de Terra Nova do Norte, é resultado, sequência e conseqüência das lutas de professores, diretores, funcionários, secretários municipais de educação e comunidades escolares ao longo da história da Educação de Terra Nova do Norte, culminando com as várias discussões e contribuições coletadas nos diagnósticos participativos realizados pela Secretaria Municipal de Educação, juntamente com a Assessoria Pedagógica do Estado, nas duas redes (estadual e municipal) na forma de um mini-censo educacional realizado em 2008, composto por diversas questões relativas à área educacional e social para ser respondido pelas famílias dos alunos, o que resultou em 1.387 questionários preenchidos e entregues, abrangendo 6.080 pessoas (entre alunos e familiares). Tal abrangência capta a opinião de 40,02% de nossa população composta por 15.192 habitantes (segundo dados do IBGE de agosto/2009), sendo 6.432 habitantes no perímetro urbano (42.34%) e 8.760 habitantes na zona rural (57,66%).
Além do mini-censo, várias reuniões realizadas nas comunidades, durante o ano de 2010 retrataram uma insatisfação das comunidades escolares em relação à qualidade da educação local, cujos posicionamentos, na sua maioria, estão pautados em três importantes aspectos: a) incompreensão das comunidades escolares em relação ao processo de mudanças iniciado em Terra Nova do Norte, principalmente pela proposta de educação do campo, b) equívocos na compreensão e prática da Pedagogia da Alternância nas escolas do campo e c) Continuidade da formação continuada sobre Pedagogia da Alternância, Pedagogia de Projetos e Metodologia e incluir formação sobre Metodologia da Pesquisa Cientifica.
Destacamos que a proposta ora apresentada tem base no Plano Nacional de Educação, nas Orientações Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso e está organizada em 3 (três) grandes eixos de ação que passamos a descrevê-los a seguir:
• Desenvolvimento de princípios de pesquisa-ação no campo e na cidade de forma interativa – conhecimentos da realidade com o conhecimento científico escolar.
• Desenvolvimento da Educação do Campo no campo, tendo como referência a Pedagogia de Projetos e a Pedagogia da Alternância.
• Melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis – com política de formação continuada para professores, técnicos e conselheiros das escolas, através da Equipe de Formação – composta por professores e técnicos da NTM – Núcleo Tecnológico Municipal e Secretaria Municipal de Educação e Assessoria Pedagógica do Estado.
CAPÍTULO I - TERRA NOVA DO NORTE-MT
1.1 - Histórico de Terra Nova do Norte-MT
O Projeto de Colonização Terra Nova foi idealizado nas décadas de 70 e 80 para resolver problemas fundiários no Sul do país e para tornar realidade o modelo de ocupação da Amazônia, ficando responsável pela abertura da BR 163 o Exército Brasileiro. Para darem início a esta colonização, foram “selecionadas” pessoas que residiam nos municípios gaúchos de Nonoai, Planalto, Tenente Portela e Miraguaí, considerando que nesses municípios o conflito acontecia nas Reservas Indígenas de Nonoai, entre Planalto e Nonoai e na Reserva de Guarita, entre os municípios de Tenente Portela e Miraguaí.
Em pleno regime Militar, o Exército “9º BEC” foi responsável pela abertura da BR 163 ligando a Capital Cuiabá à Santarém no Pará, abrindo as portas para a colonização do Norte do Estado, considerado “Amazônia Legal”.
O Projeto de Colonização desta área ficou sob a responsabilidade da COOPERCANA – Cooperativa de Colonização de Canarana – que já era responsável por um assentamento no Município de Canarana – MT. O Presidente da Entidade Senhor Norberto Schwantes, que era Pastor Evangélico e de trânsito livre em Brasília, assumiu esse novo Projeto. Descendente direto de alemães, implantou aqui um sistema de “Agrovilas” (cuja organização social é feita em torno de uma vila, só que no meio rural e vários lotes de terra em seu entorno), modelo originário da Alemanha.
Ficando sob a responsabilidade da COOPERCANA a implantação e sustentação do Projeto Terra Nova, conforme determina o Parágrafo Único do Art. 4º’ do Decreto n.º 68.524, de 16 de Abril de 1971, combinado com o item 5 “G” da Instrução Especial do “INCRA” n.º 15/78 e com o disposto na Cláusula terceira do Contrato de Concessão de Uso de Terras Públicas firmado em 16 de Janeiro de 1979.
Conforme contrato firmado pela COOPERCANA (Cooperativa Agropecuária Mista de Canarana LTDA), os parceleiros e o INCRA, o Projeto de Colonização seria distribuído em nove (9) setores de loteamento rural e em quatro (4) glebas destinadas à constituição de Condomínios de Reservas Florestais. Esses setores seriam: 1ª. Agrovila; 2ª Agrovila; 3ª Agrovila; 4ª Agrovila; 5ª Agrovila; 6ª Agrovila; 7ª Agrovila; 8ª Agrovila; 9ª Agrovila.
Ao projeto da Cidade de Terra Nova, a ser elaborado posteriormente, destinava-se uma área de 21.014 ha (Vinte e um mil e quatorze hectares).
Os primeiros migrantes chegaram a Terra Nova no dia 05 de Julho de 1978 e formavam a equipe do Projeto I e foram assentados na Agrovila Esteio, com 85 famílias. Os migrantes que foram alocados nas Agrovilas Planalto, Nonoai e Guarita chegaram nos meses subsequentes. Logo após chegaram os migrantes que formavam as Agrovilas Xanxerê e Miraguaí.
Por questões talvez ocultadas, os migrantes que deveriam ocupar as áreas das demais Agrovilas que compunham os nove setores vieram somente no ano seguinte, em outubro de 1979, desdobrando-se o Projeto II com agricultores que formavam as Agrovilas 7ª, 8ª e 9ª, mais tarde denominadas de Charrua, Minuano e Norberto Schwantes, respectivamente.
O Projeto de Colonização Terra Nova II foi elaborado no mesmo modelo do Projeto I, mas com redução na área em 50%.
No final do segundo ano de colonização os problemas agravaram-se, fazendo com que muitas famílias abandonassem o projeto e voltassem para seu Estado de origem. Entre as principais causas podemos destacar:
A descoberta de um garimpo de ouro nas proximidades, às margens do Rio Peixoto, fez com que mudasse radicalmente a frágil estrutura agrícola que vinha se firmando no projeto. A região foi invadida por milhares de garimpeiros, vindos principalmente da região Nordeste do Brasil, o que contribuiu para um choque cultural e uma mudança social, alterando os costumes e a organização da economia, que passou radicalmente de agricultura para a atividade extrativista mineral, fazendo com que a maioria abandonasse a lavoura e passasse a se dedicar à atividade garimpeira.
No decorrer dos anos aconteceram algumas mudanças geográficas. Nessa época nosso Município que, no início de sua colonização em 1978 pertencia ao município de Chapada dos Guimarães, considerado o maior município do Brasil, abrangendo uma área do tamanho da Suíça, passou a pertencer, como distrito, ao recém criado município de Colíder, pela Lei n.º 4.397 de 24 de Novembro de 1981.
Mais tarde, no ano de 1986, a Lei n.º 4.995 de 13 de Maio, criou o Município de Terra Nova do Norte. No fim da década de 80 e início da década de 90, a COORPERCANA deixou de existir devido a sua falência, então, uma nova Cooperativa acampou por aqui, que é a COOPERNOVA de hoje e assumiu as dívidas dos parceleiros e compradores. Foi daí que veio a preocupação em iniciar a bacia leiteira e outros incentivos, dando-se o início desta nova fase no ano de 1993 e que estão sendo desenvolvidos até o momento atual. Em resumo, pode-se dividir o período de formação do Município de Terra Nova do Norte em quatro etapas: Primeira – Colonização – agricultura diversa; Segunda – Extrativismo vegetal (já desde o início de sua colonização); Terceira – Atividade garimpeira – ouro e Quarta – Retomada das atividades agrícolas – Criação de gado de corte e leiteiro, que permanece até hoje.
O núcleo central dos assentamentos tomou a denominação de "Terra Nova", para mostrar o ambiente de novidade do assentamento que acontecia em plena região amazônica. O termo "Norte" introduzido ao nome do município mais tarde serviu para distinguir a cidade nova, em formação, de outros municípios já criados nos Estados de Pernambuco e Bahia.
A emancipação de Terra Nova do Norte aconteceu no dia 13 de maio de 1986, através da Lei Estadual nº. 4.995, com território desmembrado do município de Colíder.
Atualmente a população do município é formada basicamente por pequenos produtores rurais e conta com duas cooperativas:
COOPERNOVA: Trabalham na produção, industrialização e comercialização do leite e de polpas de frutas. COOPERAGREPA: Trabalha no incentivo à produção orgânica de vários produtos (hortifrutigranjeiros, pequenos animais, mel de abelha, açúcar mascavo e melado de cana entre outros) e na comercialização desses produtos.
1.2 - O Contexto atual da Educação no Município
O Município de Terra Nova do Norte-MT oferece Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio na Zona Rural e Zona Urbana, através 11 (dez) escolas municipais, sendo 3 (três) na Zona Urbana e 8 (sete) na Zona Rural e 5 (cinco) escolas estaduais, sendo 2 (duas) na Zona Rural e 3 (três) na Zona Urbana.
O fato do Município de Terra Nova do Norte ser um município de base agrícola e ter base forte no cooperativismo da agricultura familiar há um grande número da população de crianças e jovens no meio rural, fato que se reflete no número de escolas na Zona Rural (Campo).
As escolas do campo estão localizadas nas sedes das Agrovilas e/ou Comunidades e, na maioria das situações ficam distantes das residências dos alunos, acarretando altos investimentos com transporte escolar e alimentação, além de infra-estruturas nas escolas, necessárias ao bom atendimento dos alunos.
A oferta de Ensino Médio, através das escolas municipais, segundo as demandas levantadas continuará sendo nas seguintes escolas: Escola Municipal Ribeirão Bonito – 10ª Agrovila, Escola Municipal Xanxerê – 5ª Agrovila, Escola Municipal Norberto Schwantes – 9ª Agrovila, Escola Municipal Minuano – 8ª Agrovila e Escola Municipal São Pedro – Comunidade São Pedro.
Destacamos que, para a garantia da oferta dessa etapa de ensino nas escolas do Campo, no Município de Terra Nova do Norte, será necessário continuar o Regime de Colaboração entre a Secretaria Municipal de Educação – Prefeitura Municipal de Terra Nova do Norte-MT e Secretaria Estadual de Educação para renovação dos Convênios de:
1) Manutenção do Ensino Médio;
2) Transporte Escolar;
3) Alimentação Escolar;
4) Contratação de professores.
CAPITULO II – AS UNIDADE DE TEMPOS FORMATIVOS
2.1 – Pedagogia da Alternância
Trazemos como primeira definição a idéia que a Pedagogia da Alternância é uma concepção teórico-metodológica que valoriza a produção de conhecimentos em espaços e tempos formativos diversificados tornando possível alternar a formação na escola, na família ou em outros espaços sociais. Por essa via, as ações e estratégias de ensino e aprendizagem da Educação do Campo possibilitam que o aluno percorra e relacione o trajeto propriedade – comunidade - escola – propriedade - comunidade. Suas principais características tornam possível alternar momentos de formação do aluno no ambiente escolar, no ambiente familiar e n ambiente comunitário. A Pedagogia da Alternância como estratégia e alternativa de formação no meio rural, torna possível relacionar conhecimentos da realidade com conhecimentos das ciências, através de importantes espaços e momentos de aprendizagem:
Em um primeiro momento, na propriedade, o aluno se volta para a observação, pesquisa e descrição da realidade sócio-profissional do contexto no qual se encontra.
Em um segundo momento, o aluno vai à escola, onde socializa, analisa, reflete, sistematiza, conceitua e interpreta os conteúdos identificados na etapa anterior.
Finalmente, num terceiro momento, o aluno volta para a propriedade, dessa vez com os conteúdos trabalhados de forma a que possa aplicar experimentar e transformar a realidade sócio-profissional, de modo que novos conteúdos surgem, novas questões são colocadas, podendo ser novamente trabalhadas no contexto escolar.
Assim, de modo geral, é possível concluir que na Pedagogia da Alternância a escola trabalha com a experiência concreta do aluno, com o conhecimento empírico e a troca de conhecimento com atores do sistema formal de educação, e também, com membros da família e da comunidade na qual vive o aluno e que podem fornecer-lhe ensinamentos sobre aquela realidade.
Assim, é possível afirmar que a Pedagogia da Alternância, relacionada ao forte desenvolvimento da formação e diversificação de espaços de construção de conhecimentos, contribui para a motivação e sucesso dos estudos dos jovens residentes no campo. É, de certo modo, uma forma de ruptura com um modelo em que o conhecimento está centralizado na escola e no professor. Para Bachelard (1994): “Buscava-se assim, com a introdução de uma pedagogia da ruptura, romper com a submissão e a desmotivação dos jovens”.
No Município de Terra Nova do Norte-MT, o desenvolvimento do cooperativismo na agricultura familiar, as experiências de Educação do Campo e o trabalho com base na Pedagogia da Alternância, já iniciadas e em desenvolvimento, compõem um campo de possibilidades para a ampliação dos conceitos e práticas de uma educação geradora de autonomia.
Além disso, destacamos que, apesar de muitas incompreensões, características de processos de mudanças, a Pedagogia da Alternância tem se demonstrado aberta para contribuir com essas ações, inclusive com base nos conceitos do desenvolvimento rural sustentável, ético e justo. Para tanto, a continuidade desse projeto exige esforço, recursos, tempo e, principalmente, a abertura para a nova visão de mundo, coragem para assumir o novo desafio das mudanças.
Nessa realidade, a Educação do Campo e a Agricultura Familiar de base sustentável se constituem um importante caminho de transformação, criando possibilidades e ao mesmo tempo possibilitando ao agricultor de base familiar, manter sua identidade com raízes sustentadas na sua prática de vida e permanência no campo. Daí a formação de jovens agricultores e agricultoras ser a melhor alternativa para a construção de sua formação geral e profissional.
2.1.1 - A Pedagogia da Alternância e Educação do Campo em Terra Nova do Norte-MT.
No Município de Terra Nova do Norte-MT, a primeira experiência de Educação do Campo, com base na Pedagogia da Alternância, tendo como base a concepção de que há uma profunda relação entre educação, agricultura e vida camponesa iniciou no ano de 2006, na Escola Municipal São Pedro, através da criação do Projeto Viver do Campo. Com base nos princípios da pedagogia de alternância e tendo por objetivo levar a escola para junto das famílias nas suas propriedades, dando subsídios teóricos e práticos para que os filhos dos agricultores acreditem que é possível viver no meio rural com dignidade, aproveitando os vários espaços de aprendizagem.
Impulsionados para que a escola pudesse contribuir permanentemente na melhoria da vida dos povos do campo, professores, alunos, Secretaria Municipal de Educação e comunidade escolar iniciaram a construção da primeira experiência de educação do campo no campo. Seguindo os princípios das escolas famílias agrícolas de modo a tornar a escola um espaço vivo e dinâmico, que busque e compreenda a realidade da comunidade.
O trabalho, até então, pioneiro no Município, gerou grandes desafios, provavelmente, pelo fato da escola transformar-se num espaço rico em irradiação e reflexão, mobilizou as pessoas a querer mudar a realidade local, fato que fez com que surgissem parceiros e adversários do referido Projeto.
Porém, a escola, agora vista como espaço da comunidade, aos poucos foi se transformando referência para várias escolas do Estado de Mato Grosso e, especificamente, de Terra Nova do Norte-MT.
Em 2008, em Terra Nova do Norte, houve a expansão das Escolas do Campo, através da Pedagogia de Alternância e hoje contamos com 04 (quatro) escolas que possui tipos de alternâncias distintas, porém com os mesmos princípios metodológicos e ideológicos. Destacamos que a forma como acontece em nosso município difere das escolas família agrícola do Espírito Santo, uma vez que, nesta escola freqüentam alunos desde as séries iniciais até a os anos finais do nível médio e sua manutenção é toda por conta do poder público e algumas parcerias das cooperativas locais.
A proposta ora apresentada tem como objetivo dar continuidade à política de educação do campo para o campo, por considerar de fundamental importância a formação geral e formação para o trabalho, com foco na realidade do campo tendo sempre como práticas pedagógicas desenvolver e valorizar saberes buscados e gerados em diferentes fontes, de forma a articular conhecimentos já de seu domínio com outras formas de compreender gerar e desenvolver soluções, enfim, preparar-se para tomadas de decisões autônomas.
2.2 – Pedagogia de Projetos
O desenvolvimento de ações educativas, através da Pedagogia de Projetos torna possível que os alunos e professores aprendam-fazendo de forma que ambos se reconheçam na própria autoria do que produzem, através de processos investigatórios pelos quais é possível relacionar os conceitos conhecidos com outros que surgem durante o desenvolvimento do projeto. Essa estratégia garante o desenvolvimento da aprendizagem aos alunos de forma que os mesmos possam selecionar informações significativas, trabalhar em grupo, gerenciar confronto de idéias e tomar decisões, aprendendo a aprender de forma colaborativa.
ALMEIDA, p. 35-38, 2001 faz uma diferenciação entre projetos e atividade temática e destaca que o projeto é algo aberto ao novo, um desenho de algo que queremos atingir. A autora traz conceitos fundamentais para a prática pedagógica, através da Pedagogia de Projetos, cujos princípios preconizam o aluno com sujeito ativo e autônomo para criar, construir, desconstruir e representar o conhecimento, mas alerta para que o projeto não se torne mais camisa-de-força visto como a salvação e única possibilidade para desenvolver todas as atividades escolares. Agindo deste modo, estaríamos engessando a prática pedagógica.
O trabalho com projetos parte da investigação. É a partir das observações, do desenvolvimento desses vários olhares sobre o objeto que se quer conhecer que o aluno vai desenvolver estudos, pesquisar em diferentes fontes, buscar, selecionar e articular informações, articulando conhecimentos de seu domínio para compreender essas questões, buscar resolvê-las ou gerar outras questões. É importante dizer que, no decorrer de todo esse processo, torna-se imprescindível desenvolver competências para a construção do conhecimento autônomo, base essencial para tomada de decisões conscientes e preparar-se para atuação na sociedade atual. ALMEIDA, Revista TV Escola, [S.l.], n. 22, p. 35-38, 2001, firma que é,
(...) a partir de situações problemáticas do presente, o aluno é desafiado a buscar informações e articulá-las com conhecimentos que já possui, para compreender essa problemática e propor situações que possam resolvê-la. É evidente que existem múltiplas soluções para tais problemas, o que leva o aluno a lidar com diferentes pontos de vista – favorecendo-lhe a compreensão sobre a relatividade e complexidade das situações da vida e da ciência – bem como a aceitar a idéia de que as mudanças são inerentes à própria vida.
2.2.1 – A Pedagogia de Projetos em Terra Nova do Norte-MT
Essa formação está sendo desenvolvida desde o início de 2010 e foi impulsionado pela possibilidade de fazer diferente, assim como pelas dificuldades de compreensão de como desenvolver ações pedagógicas, a partir da ligação dos conhecimentos da escola com os conhecimentos da comunidade. Partindo dessa realidade, os formadores do NTM - Núcleo de Tecnologia Educacional Municipal está desenvolvendo a Formação Continuada dos Professores em Tecnologia Educativa através da Pedagogia de Projeto.
A oferta do curso foi formatada pelo MEC/Proinfo Integrado a ser executado pelo NTM. O material do referido curso que foi disponibilizado à coordenação pedagógica e aos professores trata do tema “Elaboração de Projetos”, estruturado em três subtemas: Projetos, Currículo e Tecnologia de Informação e Comunicação organizadas por Maria Elisabette B.B. Prado e Maria Elizabeth B. de Almeida, em 2009. O projeto de formação continuada tem por base a organização de encontros de estudo na escola, com base na demanda por formação da escola.
A partir desse desafio, começa uma interação marcada pelo encontro professores/escola/NTM, no qual, a equipe formadora do NTM – (Núcleo Tecnológico Municipal), como órgão responsável pela formação de professores, está desenvolvendo o referido curso em todas as escolas do Município de Terra Nova do Norte-MT.
A organização do cronograma de estudos é desenvolvida em 5 encontros de estudos presenciais que aconteceram com duração de 3 horas, com leituras, discussões sobre as leituras feitas à distância, reflexões acerca da prática de sala de aula e socialização das atividades feitas.
As atividades à distância foram organizadas com leituras dos textos basilares, produção de textos individuais e coletivos, bem como a orientação e monitoramento do projeto com os alunos.
É importante destacar que já ficam evidentes os avanços mobilizados pela formação continuada em Pedagogia de Projetos, sendo uma das grandes referências os projetos feitos pelos alunos de todas as escolas públicas de Terra Nova do Norte, para a III Mostra do Conhecimento que será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2010, inclusive divulgado no Site da SEDUC.
Para a Professora Elenir Fanin, formadora do NTM e coordenadora da formação, o curso relacionado diretamente com a formação de professores, surge como uma opção metodológica de grande relevância para ser colocada em prática. Uma vez que o professor estabelecerá o seu próprio ritmo de formação e definição do que estudar, conforme o seu conhecimento e realidade vivida, em sua escola.
Claramente, os projetos ora desenvolvidos, se constituem de fato em autoria, seja individual ou coletiva. Os participantes, professores e alunos, formulam o problema em comum, gerado pelo conflito, pelas perturbações no sistema de significações, que constituem o conhecimento particular do aprendiz. E este é desafiado a questionar, se envolve e são levados a pensar, formular questões de significado para ele, estas que emergem de sua história de vida, de seus interesses, de seus valores, passa a desenvolver competências para formular e equacionar problemas, logo aprende a definir direções de sua atividade.
Deste modo, a Pedagogia de Projetos se apresenta como uma abordagem em que os envolvidos em formação aprendem, no processo de produzir, a levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivem novas descobertas e reconstruções do conhecimento. As relações que se estabelecem nesse processo, criam situações de aprendizagem e rompem com os limites do pré-definido sobre os conteúdos, pois os atores é que estabelecem o ritmo do estudo.
Enfim, o trabalho por projetos está potencializando a integração das diferentes áreas de conhecimento, rompendo com as fronteiras disciplinares e favorecendo o estabelecimento de elos entre as diferentes áreas do conhecimento numa situação contextualizada de aprendizagem – a interdisciplinaridade.
Formadora Elenir Fanin destaca ainda que a Pedagogia de Projetos nos possibilita a construção dia-a-dia dos conteúdos necessários para a formação continuada do professor, na qual ele tem a oportunidade de explorar as tecnologias, analisar potencialidades, estabelecer conexões entre essas tecnologias em atividades nas quais ele atua como formador, refletir com o grupo em formação sobre as possibilidades das atividades realizadas com aprendizes e buscar teorias que favoreçam a compreensão dessa nova prática pedagógica.
2.3 - Princípios e Finalidades da estrutura para funcionamento do ensino (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio).
A Secretaria Municipal de Educação, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação desenvolverá, em regime de colaboração, a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, tendo na Pedagogia da Alternância, Pedagogia de Projetos e os princípios e conceitos dos ciclos de formação e desenvolvimento humano os fundamentos basilares para implantação e continuidade de princípios educativos focados na aprendizagem significativa, organizados em função das reflexões dos conhecimentos científicos do chamado núcleo comum bem como sua relação com a formação profissional, preparação consciente para trabalho.
Além do exercício de reflexões e conhecimentos da/sobre a realidade vivenciada no dia-a-dia, através da alternância de tempos e espaços de formação, representados pelos pólos: Escola, Família e Comunidade, a produção do conhecimento será assim, resultado de um conjunto de reflexões em que ato de pensar, pesquisar, questionar e formular questões ao mundo tem significado para os alunos, uma vez que emergem de sua história de vida, de seus interesses e valores. Dessa forma, tornam-se capazes de formular e equacionar problemas e aprendem a definir direções de vida e decisões importantes a tomar.
Além de manter vivo e valorizado os vínculos com a família, seus valores, sua forma de vida, a Pedagogia de Alternância e a Pedagogia de Projetos mudam a política pedagógica e por conseqüência a forma tradicional de gestão escolar, uma vez que ao romper com os princípios de centralização do poder e do conhecimento, unicamente na escola e para a escola (professores, Coordenadores, Diretores) os conhecimentos significativos construídos geram autonomia dos sujeitos da aprendizagem e, a partir desta, começam a interferir tanto na sua realidade quanto na própria escola.
Deste modo, tomamos como referência os Princípios e Fins da Educação Nacional em seus Artigos 2º e 3º da Lei nº 9.394/96 descreve que:
Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I. Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III. Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV. Respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V. Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII. Valorização do profissional da educação escolar;
VIII. Gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX. Garantia de padrão de qualidade;
X. Valorização da experiência extra-escolar;
XI. Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
2.4 - Principais concepções e objetivos gerais da proposta
Priorizar a formação científico-tecnológica e cultural para todos, visando construir uma equidade que não está dada no ponto de partida, e que, por essa mesma razão, exige mediações diferenciadas no Ensino Fundamental organizado por ciclos de formação humana e no Ensino Médio para atender às demandas diferenciadas e desiguais, conforme as Diretrizes Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso.
Estabelecer e desenvolver a Educação Básica tendo como eixos estruturantes: Conhecimento, Trabalho e Cultura e como princípio a formação humana na dimensão sócio-político-produtiva, tendo o trabalho como princípio educativo e categoria orientadora das políticas, projetos e práticas dos níveis e das modalidades que integram a Educação Básica, compreendendo trabalho como práxis humana, não apenas como prática produtiva, mas, como uma das ações materiais e espirituais que os seres humanos, individual e coletivamente desenvolvem, para construir suas condições de existência, conforme as Diretrizes Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso.
Promover a formação integral, geral e profissional dos alunos, com base nos princípios de desenvolvimento rural sustentável, através da aplicação da Pedagogia da Alternância e da Pedagogia de Projetos assumidos como concepções teórico-metodológicas em que o processo de ensino-aprendizagem possibilita ao aluno percorrer e relacionar o trajeto propriedade - escola – propriedade e suas principais características é alternar momentos de formação do aluno no ambiente escolar na família e na comunidade de forma a alternando sua formação, possibilitando a relação entre os conhecimentos da realidade e os conhecimentos das ciências, através importantes espaços e momentos de aprendizagem:
Desenvolver em todas as escolas públicas do Município (Estaduais e Municipais) o domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação, através da formação continuada de professores e técnicos, garantindo diálogos interativos entre ciência, cultura, teorias da aprendizagem, gestão de sala de aula e da escola, atividades pedagógicas e domínio das tecnologias que possibilitam o acesso à informática e a pesquisa, transformando a escola num ambiente inovador, capaz de desenvolver e absorver conhecimentos sobre as tecnologias da informação e comunicação, incluindo como atividade curricular contínua.
É importante destacar que, todos esses princípios, ora apresentados, vem sendo discutidos através de seminários, projeto sala do Professor sendo também praticados por várias escolas do nosso Município, resultado de um intenso trabalho de formação continuada, articulados e coordenados pela Assessoria Pedagógica do Estado, NTM e Equipe de formação da Secretaria Municipal de Educação.
2.5 – Espaços e Tempos de Aprendizagem
Ainda que a alternância real seja a forma mais complexa da alternância, seu dinamismo permite constante evolução em que é construída a integração entre um sistema educativo em que o aluno alterna períodos de aprendizagem na família, em seu próprio meio, com períodos na escola, estando esses tempos interligados por meio de instrumentos pedagógicos específicos, pela associação, de forma harmoniosa, entre escola, família e comunidade e uma ação pedagógica que visa a formação integral com profissionalização.
No projeto de Educação de Terra Nova do Norte, essa alternância terá como metodologia o desenvolvimento de experiências, através dos conceitos e princípios da Pedagogia de Projetos de forma que as temáticas sejam inclusas nos projetos elaborados pelos alunos e orientados pelos professores.
Desse modo, nas 8 (oito) escolas em que serão desenvolvidas experiências com base na Pedagogia de Alternância, além desses princípios, o desenvolvimento do ensino e aprendizagem deverá ter por base os princípios e conceitos do ciclos de formação humana e as seguintes fontes de conhecimentos, Conforme Orientações Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso:
A fonte epistemológica: tendo o trabalho como práxis humana, não apenas como prática produtiva, mas, como uma das ações materiais e espirituais que os seres humanos, individual e coletivamente desenvolvem, para construir suas condições de existência.
A Fonte epistemológica: Tem a função de articular conhecimentos produzidos pela humanidade em todos os campos. Propõe o trabalho com o conhecimento escolar aproximando as diferentes áreas em torno de situações problemas presentes nos objetos de estudo que integram fenômenos reais da comunidade. É a fonte que desafia os educadores ao trabalho interdisciplinar. Não se trata, portanto, de retomar a velha lista de conteúdos, disciplina por disciplina, série a série, a cada bimestre ou trimestre.
A Fonte sociopsicopedagógica: Com foco na compreensão dos processos de construção da inteligência da criança, do adolescente e dos adultos e busca saber quem é esse sujeito criança, pré-adolescente, adolescente ou adulto que a escola tem que ensinar (contextos de desenvolvimento, biológicos e sociais, sujeitos concretos) para superação das leituras autoritárias, discriminatórios ou homogenias que desconsideram as especificidades do desenvolvimento humano.
2.5.1- Tempo Família
O tempo família é compreendido como o tempo e o espaço em que o aluno irá desenvolver os projetos escolhidos pelos alunos e orientados pelos professores durante o tempo escola. Após esse planejamento com orientação docente, o aluno, de forma individual ou coletiva, desenvolverá o projeto na sua propriedade ou na sua comunidade. Nesse período haverá o acompanhamento do corpo docente através do planejamento e orientação dos projetos de pesquisas, com base na Pedagogia de Projetos. Nesta proposta os alunos terão 9 (nove) horas/semanais para o desenvolvimento de projetos de pesquisas na sua propriedade ou na respectiva comunidade, através da Área de Ciências Agrárias – com foco na Agricultura familiar (3horas); Agroecologia (3 horas) e Economia Solidária (3horas).
O trabalho será desenvolvido com base na Alternância integrativa real. Nesse tipo de alternância serão considerados os meios de vida sócio-profissional e escolar em uma unidade de tempos formativos. Assim, alternância supõe não apenas mudança da escola para outro local, mas uma estreita conexão entre os dois momentos de atividades em todos os níveis – individuais, relacionais, didáticos e institucionais. A ligação permanente entre eles é dinâmica e se efetua em um movimento contínuo, interligando momentos e espaços de aprendizagem em que os projetos de pesquisas, organizados nos planos de estudos, possibilitam a correlação entre três importantes momentos: a) momento na propriedade, o aluno se volta para a observação, pesquisa e descrição da realidade sócio-profissional do contexto no qual se encontra; b) momento na escola, onde ocorre a socialização, análise, reflexões, sistematizações, conceituação e interpretação dos conteúdos identificados na etapa anterior e c) momento de retorno do aluno a propriedade ou comunidade, dessa vez com os conteúdos trabalhados de forma a que possa aplicar experimentar e transformar a realidade sócio-profissional, de modo que novos conteúdos surgem, novas questões são colocadas, podendo ser novamente trabalhadas no contexto escolar.
2.5.2 – Tempo Escola
O tempo escola compreende o maior tempo de formação, sendo 21 haras semanais, com freqüência contínua, durante todas as semanas de cada mês. A carga horária será assim distribuída: 2 (dois) dias/semana - com carga horária de 7 e 6 horas, com alimentação na escola e 2 (dois) dias/semana - com carga horária de 4 horas. A opção por essa forma de distribuição da carga horária presencial está relacionada às necessidades e questionamentos das famílias sobre o fato de crianças (Educação Infantil e séries iniciais) permanecerem por muito tempo na escola acarretando cansaço e pouco aproveitamento. Por outro lado, a distribuição da carga horária também possibilita otimizar recursos financeiros na manutenção do transporte escolar e alimentação escolar.
Nesse período é desenvolvido o ensino e aprendizagem por área de conhecimento, considerando no desenvolvimento das estratégias pedagógicas, os ciclos de formação e desenvolvimento humano. É nesse período que acontece a relação dos conhecimentos necessários da Base Comum: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias com as pesquisas realizadas durante o tempo família, através da Área de Ciências Agrárias, interligando assim, as relações de trabalho, os valores culturais, enfim o dia-a-dia dos alunos com os conhecimentos científicos já sistematizados pela humanidade. Além disso, é nesse tempo e espaço que é realizado o Plano de Estudo a partir dos interesses dos alunos, dos pais e da escola.
É nesse local e tempo que a escola dá continuidade às reflexões instigadas pelas pesquisas e estudos realizados durante o tempo família. Na forma de sistematização ou de redirecionamento das investigações, tanto as experiências e conhecimentos acumuladas pelo homem passam intensas reflexões que, uma vez organizadas pedagogicamente com apoio e mediação dos professores se constituem em novas fontes de reflexão e participação social. Portanto, para além da teorização de experiências vivenciadas pelos alunos, o tempo de conhecimento escolar torna-se um espaço rico de interação, cooperação, conhecimento e compartilhamento de experiências.
É reservado 9 (nove) horas por semana para que professores, coordenação, direção e demais funcionários, possam refletir sobre os trabalhos realizados durante a semana, planejar e refazer percursos e avaliar e orientar o desenvolvimento de pesquisas dos alunos.
CAPÍTULO III – ORGANIZAÇÕES CURRICULARES
3.1 – Educação Infantil
3.1.1 - A identidade do atendimento na Educação Infantil
A Educação Infantil, do ponto de vista legal, é a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da comunidade (Lei nº 9.394/96, art. 29). Em Terra Nova do Norte-MT a oferta da Educação Infantil, compromisso do Município, será ofertada em todas as escolas em que houver demanda por matrícula.
3.1.2 - A função sociopolítica e pedagógica da Educação Infantil
A Educação Infantil tem a finalidades de desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Caberá às escolas, em colaboração com a Secretaria Municipal de Educação organizar a oferta e currículo, de forma a garantir práticas educacionais organizadas em torno do conhecimento construídos nas relações sociais que ocorrem nos espaços institucionais, e que tem relação com a construção das identidades das crianças. Deste modo, o projeto pedagógico da instituição em que se desenvolve a Educação Infantil englobando as experiências vivenciadas pela criança e o currículo se constitui um instrumento político, cultural e científico coletivamente formulado (MEC, 2009b). O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico.
Deste modo, as práticas que estruturam o cotidiano das instituições de Educação Infantil devem considerar a integralidade e indivisibilidade das dimensões expressivo-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural das crianças, apontar as experiências de aprendizagem que se espera promover junto às crianças e efetivar-se por meio de modalidades que assegurem as metas educacionais de seu projeto pedagógico.
3.2 - Ensino Fundamental
3.2.1 - Os ciclos de desenvolvimento humano com base dos processos pedagógicos desenvolvidos no Ensino Fundamental.
A primeira reflexão que adotamos é que o Ciclo não é um amontoado ou conglomerado de séries, ou mesmo uma estratégia para acabar com a reprovação e a retenção. O trabalho com base nos conhecimentos sobre os ciclos de desenvolvimento humano, muito mais do que projetos de escolas cicladas, é uma procura pela organização do trabalho, dos tempos e espaços, dos saberes, das experiências de socialização que respeitam as temporalidades do desenvolvimento humano de forma a desenvolver os alunos, tendo como bases o conhecimento sobre as especificidades de seus tempos-ciclos, da infância, da adolescência, da juventude ou da vida adulta.
Nessa concepção, ao considerarmos os ciclos de desenvolvimento humano, professores e escola precisam assumir o compromisso de desenvolver as ações pedagógicas repensando as estruturas da escola e a própria organização das salas e turmas, num continuado exercício de pensar, planejar e intervir nos fazeres educativos, na organização das atividades, nos valores, nos tempos e espaços, enfim, nas diferentes maneiras e habilidades de aprender. Para tanto, a escola precisa construir outra concepção de educação, outro perfil profissional, logo, outros mecanismos para sua formação, outras dimensões a serem privilegiadas.
Implantar os conceitos e princípios dos ciclos de formação e desenvolvimento humano nas escolas de Educação Básica de Terra Nova do Norte e, mais especificamente, no Ensino Fundamental, requer boas doses de formação, debates, leitura, pois, na medida em que rompemos com a centralidade nos sujeitos do processo educativo, trazemos para o debate, questões como diversidade, multiplicidade de formas de existir, de aprender, de interpretar o mundo. Em termos práticos, isso significa preparar-se para compreender e respeitar diferenças presentes num grupo de alunos em com elas trabalhar, transformando-as em situações ricas de aprendizagem.
Considerando que a construção do conhecimento é coletiva e se dá através das interações, dos confrontos de idéias, ainda que a re-elaboração do conhecimento aconteça num âmbito individual, a organização do ensino em ciclos implica, também uma postura sensível e flexível por parte dos professores e a compreensão de si mesmos como sujeitos em permanente processo de formação.
Ao propor considerar como base os conceitos e princípios dos ciclos de formação, estabelecemos também a finalidade de romper gradualmente com a organização curricular que, além de produzir um distanciamento entre os saberes escolares, os saberes sociais e aqueles que compõem o repertório de conhecimentos que os alunos constroem na sua vida cotidiana, causa desarticulações e distorções nos processos de ensino-aprendizagem e, até mesmo, gerando experiências negativas, do ponto de vista da construção de auto-imagem, de identidades, tendo por resultado a evasão ou repetência dos alunos.
3.3 - Finalidades e Objetivos
Nesta etapa de Ensino a organização curricular é pensada de forma que as Áreas de Conhecimento e seus respectivos componentes curriculares se organizem a partir dos eixos estruturantes: conhecimento, trabalho e cultura, visando à formação de sujeitos cujas capacidades produtivas se articulam as suas capacidades de pensar, de relacionar-se, de estudar, desenvolverem a afetividade.
Neste sentido, as orientações curriculares para o Ensino Fundamental, uma das etapas da educação básica, tal qual nas outras etapas de ensino deve desenvolver sua proposta político-pedagógica tendo por finalidade o domínio intelectual da tecnologia, a partir da cultura, contemplando o currículo de forma teórico-prática em seus fundamentos, bem como os princípios científicos e linguagens das diferentes tecnologias que caracterizam o processo de trabalho contemporâneo, em suas relações com a cultura, considerados sua historicidade. (Dimensões científica, tecnológica, cultural e social).
3.3.1 - São objetivos do Ensino Fundamental
Construir conhecimentos, através de formação cidadã, mediante a interação ativa, crítica e reflexiva com o meio físico e sociocultural, de modo que os alunos desenvolvam a autonomia do conhecimento;
Desenvolver no Ensino Fundamental um processo de formação humana, potencializando a dimensão sócio-político-produtiva e o trabalho como princípio educativo e categoria orientadora das políticas, projetos e práticas dessa etapa de ensino.
Propiciar a aquisição das capacidades básicas necessárias à apropriação da cultura: ler, escrever, calcular, situar-se histórica e geograficamente;
Desenvolver as primeiras noções de Estado e Sociedade, sob a forma de direitos e deveres tendo por finalidade o início e desenvolvimento da elaboração de uma nova concepção de mundo que supere as desigualdades sociais existentes e, muitas vezes não reveladas.
ÁREAS/DISCIPLINAS 1º ao 5º Ano
B
A
S TE
TF
Carga Horária Anual
TE TF
E LINGUAGENS, 08 - 320 -
CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
CIÊNCIAS DA
NATUREZA
08 - 320 -
C MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
O
CIÊNCIAS HUMANAS
05 - 200 -
M E
U
M SUAS TECNOLOGIAS
TOTAL NO TEMPO ESCOLA 21 840 -
CIÊNCIAS AGRÁRIAS Agricultura Familiar - 3 - 120
Agroecologia 3 120
Economia solidária 3 120
TOTAL NO TEMPO FAMÍLIA - 9 - 360
TOTAL GERAL
840 360 1.200
Matriz Curricular 2011
Séries Iniciais– Ensino Fundamental 9 (nove) Anos - CAMPO
Matriz Curricular 2011
Séries Finais – Ensino Fundamental 8(oito) Anos - CAMPO
ÁREAS/DISCIPLINAS 5ª a 8ª Série
B
A
S TE
TF
Carga Horária Anual
TE TF
E LINGUAGENS, Língua Portuguesa 04
-
360
-
CÓDIGOS E
SUAS TECNOLOGIAS Língua Estrangeira – Inglês 01
Artes 01
Educação Física 03
CIÊNCIAS DA NATUREZA Matemática
04 - 280 -
C MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS Ciências
03
O CIÊNCIAS HUMANAS História 02 - 240 -
M E Geografia 02
U
M SUAS TECNOLOGIAS Ens. Religioso(optativa) 01
Filosofia 01
TOTAL NO TEMPO ESCOLA 22 880 -
CIÊNCIAS AGRÁRIAS Agricultura Familiar - 3 - 120
Agroecologia 3 120
Economia solidária 3 120
TOTAL NO TEMPO FAMÍLIA - 9 - 360
TOTAL GERAL
880 360 1.240
3.4 - O Ensino Médio
3.4.1- Finalidades e Objetivos
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de
ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e
o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
3.4.2 - São princípios do Ensino Médio:
3.4.2.1 - Universalização
O Município de Terra Nova do Norte-MT, em consonância com os princípios da universalização, apresentados nas Orientações Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso busca, em regime de colaboração com a Secretaria Estadual de Educação garantir a oferta do Ensino Médio em 5 Escolas Públicas Municipais, na forma de salas anexas da Escola Estadual Terra Nova, de acordo com as demandas e especificidades.
Além do acesso, garantir qualidade de ensino de forma a garantir o sucesso e permanência dos estudantes, com equipamentos, espaço físico, contratação e qualificação de professores, manutenção do transporte escolar, alimentação escolar e demais custos administrativos e pedagógicos.
3.4.2.2 - Unidade de orientação
Com base na LDBEN, que define o Ensino Médio como a etapa final da Educação Básica, podendo se organizar por diferentes formas de modo a propiciar a todos, formação geral que os capacite a participar da vida social e produtiva com autonomia intelectual e com senso ético, educando-se permanentemente através da continuidade dos estudos e das dimensões pedagógicas presentes no conjunto das relações sociais e produtivas. Para tanto, todos os currículos deverão contemplar:
• os princípios científicos gerais sobre os quais se fundamenta o processo produtivo;
• as habilidades tecnológicas básicas;
• as formas de linguagem próprias das diferentes atividades sociais e produtivas;
• as categorias de análise que propiciem a compreensão histórico-crítica.
3.4.2.3 - Integração entre ciência, trabalho e cultura
A partir do Seminário de Estudos da proposta para as Orientações Curriculares para a Educação Básica de Mato Grosso, professores, escolas e Secretaria Municipal de Educação assumiram privilegiar a integração dos eixos: ciência, cultura e trabalho, considerando o trabalho como práxis humana e base para o desenvolvimento Ensino Médio, assumindo, portanto, a formação trabalhador nessas dimensões de forma que o mesmo torne-se de atuar de forma crítica, criativa, autônoma intelectual e ética.
.
3.4.2.4 - Identidade
A prática das escolas municipais, principalmente as que oferecem o Ensino Médio, em regime de colaboração com a Secretaria de Estado de Educação, através da sua relação com as respectivas comunidades, de certo modo, vem realizando uma articulação com a comunidade, discutindo seus objetivos construindo características próprias de cada escola, mas ainda estamos muito longe de trabalhar com espaços específicos para os jovens e adultos.
3.4.2.5 - Autonomia
Com base nos princípios que exige autonomia do Sistema Público Estadual, das instâncias locais e principalmente das escolas, tal como determina a LDBEN, em relação às determinações das Diretrizes Curriculares Nacionais, em todas as escolas está sendo estimulado o respeito à diversidade e autonomia de modo que as escolas e comunidades escolares tornem-se capazes de formular e implementar propostas pedagógicas próprias, com destaque para o acolhimento da diversidade de alunos e professores. Porém, o trabalho ainda precisa evoluir muito, pois a prática da gestão democrática, muitas vezes, fica somente no papel.
3.3.2.6 - Avaliação
A avaliação será realizada durante todos os momentos do desenvolvimento do trabalho pedagógico, portanto, desde a planificação e desenvolvimento do projeto político-pedagógico, passando pela realimentação dos processos de ensino e aprendizagem, até a obtenção de resultados, considerando as dimensões do trabalho pedagógico: financiamento, espaço físico, gestão, equipamentos, recursos humanos, currículo, atendimento aos alunos e à comunidade.
3.3.2.7 - A estrutura
A oferta de Ensino Médio nas escolas municipais de Terra Nova do Norte-MT, deverá garantir mesmos direitos a todos, relativos à certificação e à qualidade do ensino, cumprindo os objetivos da educação básica, sendo complementada pela oferta da parte diversificadas de modo a atender às diferentes necessidades. Em Terra Nova do Norte-MT, o Ensino Médio de Formação Geral será desenvolvido em 5 escolas Públicas Municipais, todas localizadas na Zona Rural, na forma de salas anexas da Escola Estadual Terra Nova.
3.3.2.8 - Matriz Curricular - Ensino Médio - 2011
ESCOLA ESTADUAL TERRA NOVA –TERANOVA DO NORTE – MT SALAS ANEXAS COMUNIDADES: MINUANO, XANXERÊ, NORBERTO SCHWANTES E RIBEIRAO BONITO
EDUCAÇÃO DO CAMPO
ENSINO MÉDIO POR ALTERNANCIA
ÁREAS/DISCIPLINAS 1º , 2º , 3º ANO
B
A
S TE
TF
C.H. A de referencia p/ atribuição
TE CHA
E
LINGUAGENS, Língua Portuguesa 3 - 3 120
CÓDIGOS E
SUAS TECNOLOGIAS Língua Estrangeira – Inglês 1 1 40
Língua Estrangeira – Espanhol (optativa) 1 1 40
Artes 1 1 40
Educação Física 1 1 40
CIÊNCIAS DA EXATAS Matemática 3
- 3 120
NATUREZA, Física 1 1 40
MATEMÁTICA E SUAS NATURAIS Química 2 2 80
C TECNOLOGIAS Biologia 1 1 40
O
CIÊNCIAS HUMANAS
E
SUAS TECNOLOGIAS
História 2
- 2 80
M Geografia
2 2 80
U Filosofia
2 2 80
M Sociologia 1 1 40
SUBTOTAL 21 - 21 840
CIÊNCIAS AGRÁRIAS Agricultura Familiar - 3 - 120
Agroecologia - 3 - 120
Economia solidária - 3 - 120
TOTAL NO TEMPO ESCOLA 21 - 840 -
TOTAL NO TEMPO FAMÍLIA - 9 - 360
TOTAL GERAL
30 1.200
CAPÍTULO IV - FORMAÇÃO DOCENTE EM TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO , COMUNICAÇÃO E AGROECOLOGIA.
4.1 - O NTM – Núcleo Tecnológico Municipal
O NTM – Núcleo Tecnológico Municipal está situado a Travessa São Paulo, 216, Centro, Tel: 014 – 66 – 3534 -1455 ou 1258, e-mail: ntmtnn@yahoo.com.br, e blog: ntmterranova.blogspot.com, funciona em um prédio da SEDUC. A estrutura centraliza espaços de qualidade em equipamentos, com laboratório de informática, internet, auditório, equipamentos de TV, DVD e demais mobiliários.
O NTM atende 16 escolas públicas em nosso município, 14 com Laboratório de Informática implantado pelo Proinfo/MEC e SEDUC (E.E.12 de Abril, E.E. Lucas A. Toniazzo, E. E.Chapeuzinho Vermelho, E.E. Norberto Schwantes, E.M. Minuano. E M. Xanxerê, E.M. Norberto Schwantes, E.M. Charrua, E.M. Ribeirão Bonito, E.M. Vista Alegre, E.M. Chapeuzinho Vermelho, E.M. São Sebastião do Morro, E.M. Miraguaí e E.M. São Pedro e Escola Estadual Terra Nova), a maioria com acesso à internet.
4.1.1 - Objetivo Geral
Criar e potencializar um espaço de conhecimentos em Rede para a formação contínua dos profissionais das escolas públicas e suas respectivas comunidades.
4.1.2 - Objetivos Específicos:
- Difundir o uso do software de código aberto, livre de restrição proprietária;
- Ressignificar a importância da Formação Continuada para os profissionais das escolas públicas;
- Possibilitar reflexões no sentido de construir uma política de Formação Continuada unificando a rede estadual e a municipal, considerando as especificidades de cada uma, e respeitando a realidade de cada escola;
- Instituir nas escolas o princípio da autonomia com responsabilidade em relação ao processo de Formação Continuada projetado pela escola;
- Mobilizar os profissionais das escolas públicas para a importância de desenvolverem projetos de aprendizagem aliados ao uso das tecnologias disponíveis nas escolas;
- Propiciar o exercício do conhecimento em rede em tempo real/virtual através do uso das diferentes tecnologias: webrádio, blogs, webQuest e outros meios de interação disponíveis na web;
- Construir um site juntamente com todas as escolas, resultado das produções/ ações realizadas pelas mesmas para divulgar os projetos desenvolvidos;
- Construir, juntamente com as escolas, um mecanismo de avaliação, que possibilite reflexões constantes acerca do processo de formação continuada e os resultados alcançados pela escola, em decorrência disso.
- Organizar eventos, tais como Seminários, Mostras, feiras nas e entre as escolas para a socialização dos saberes apreendidos com toda a comunidade escolar.
4.1.3 - Ações desenvolvidas:
1. Orientação às escolas sobre a construção do Projeto de Formação Continuada “Sala de Professor”, de modo a assegurar formação, acompanhamento e avaliação do desempenho da prática educativa e, conseqüentemente, a melhoria da qualidade da aprendizagem dos educandos, através do uso das diversas Tecnologias de Informação e Comunicação existentes na escola;
2. Formação dos Professores em Tecnologia Educativa através da Pedagogia de Projetos;
3. Formação dos Técnicos dos laboratórios de Informática Educativa;
4. Formação Continuada dos profissionais técnicos administrativos educacionais;
5. Curso – IED - Educação Digital - Linux Educacional - (40 h) - MEC/ SEDUC/NTM
6. Curso - Tecnologia na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC (100h)- MEC/SEDUC/ NTM
7. Curso – PITEC – Elaboração de Projetos – (40h) - MEC/ SEDUC/NTM
8. Formação On Line para os professores: Uso das tecnologias para disseminar o Ensino à Distância;
9. Formação - O Uso das Diversas Mídias pelos professores em seus Projetos de Aprendizagem;
10. Formação - Alunos Monitores das escolas que possuem Laboratório de Informática Educativa;
11. Construção do Site do NTM com a participação de todas as escolas da rede municipal e estadual do município;
12. Visitas e acompanhamento das ações realizadas pelos técnicos de laboratórios nas escolas que possuem o LIED.
13. Assistência e orientação técnica no uso das diversas tecnologias existentes na escola (TV e DVD, DataSchow, máquina digital, computadores e impressora) aos técnicos de laboratório, professores, direção, coordenação pedagógica e aos técnicos administrativos educacionais.
4.2 - O Projeto PAIS – Produção Agroecológica, Integrada e Sustentável
Considerando a necessidade e demanda de formação de jovens em agroecologia, a Secretaria Municipal de Educação, em parceria com Fundação Banco do Brasil, Instituto Morro da Cutia de Agroecologia – Porto Alegre e Cooperagrepa – Cooperativa de Agricultores Ecológicos do Portal da Amazônia, implantará 50 unidades do Projeto PAIS na região de Abrangência da Cooperagrepa, sendo 20 unidades destinadas a Terra Nova do Norte. O Projeto já está aprovado e, conforme acordo de parceria será implantado uma unidade PAIS em cada escola do campo. A estratégia visa desenvolver conhecimentos sobre agricultura sustentável, economia solidária, com base nos princípios da agroecologia. Assim cada unidade será implantada na escola ou no seu entorno e será um espaço de estudos, análise, pesquisas dos alunos, professores e comunidade escolar.
4.2.1 - Conceito
Tecnologia Social compreende produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social.
4.2.2 - Características
• Ganho de escala da reaplicação
• Uniformidade nos procedimentos operacionais
• Fortalecimento da organização social
• Conhecimento técnico-científico aliado ao saber popular
• Facilidade na implementação e manutenção
• Otimização dos recursos da propriedade
4.2.3 - PAIS – Produção Agroecológica, Integrada e Sustentável.
• Agroecológica – dispensa uso de ações que causam danos ao meio ambiente;
• Integrada – alia criação de animais com produção vegetal, utilizando insumos da propriedade em todo o processo;
• Sustentável – preserva a qualidade do solo e das fontes de água, incentiva o associativismo e aponta novos canais de comercialização.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, F. J. JUNIOR, F. M. F. Aprendendo com Projetos. Coleção Informática para a Mudança na Educação. PROINFO/SEED/MEC, 1998.
ALMEIDA, Maria Elizabeth. Como se trabalha com projetos. Revista TV Escola, [S.l.], n. 22, p. 35-38, 2001. Entrevista concedida a Cláudio Pucci.
_______________________ Projeto: uma nova cultura de aprendizagem. 1999. Disponível em: http://www.proinfo.gov.br.
BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
BACHELARD, P. Apprentissage et pratiques d’alternance. Paris:L.Harmattan, 1994.
FANIN, F. ELENIR. Relato de Experiência: da Formação Docente ao Projeto da Escola, CCEAD-PUC Rio, 2010.
FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL. Projeto PAIS – Produção Agroecológica, Integrada e Sustentável: www.fundacaobancodobrasil.org.br.
SEDUC-MT,Orientações Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso, Cuiabá, 2010.
NOSELLA, PAULO Org. Origens da Pedagogia da Alternância, União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil – UNEFAB, Brasília, 2007.
PARECER CNE/CEB Nº: 1/2006. Dias letivos para a aplicação da Pedagogia de Alternância nos Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFFA, Brasília,2006.
PARECER CNE/CBE Nº: 20/2009. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, Brasília, novembro, 2009.
PROJETO NTEM. Núcleo de Tecnologia Educacional Municipal, Terra Nova do Norte - MT, novembro, 2008.
PRADO, M.E.B.B.,ALMEIDA, M. E.B. Elaboração de Projetos: guia do formador/Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação à Distância, 2009.
SALGADO, M. U. C., AMARAL, A. L.. Tecnologias na Educação; ensinando e aprendendo com as TIC: guia do formador/ Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação à Distância; 2008.
SEDUC-MT. Orientações Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso, Cuiabá, 2010.
Terra Nova do Norte – MT, 11 de Novembro de 2010.
Maria Aparecida Ferreira Buss
Secretária Municipal de Educação
Terra Nova do Norte – MT
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